sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Homens: ruim com eles, pior sem eles!

Outro dia, da parada de ônibus vi um casal brigando. A mulher xingava e gesticulava. O cara, com vergonha da platéia em volta, tentava acalmá-la. Chegava perto dela pra lhe beijar, segurava seus braços, “sou um macho imponente, tão vendo?”
Não fiz questão de disfarçar que queria ver o desfecho daquela cena matinal inusitada. E se não tivesse visto o final poderia ter apostado tranqüilamente no que iria acontecer:
Ele fez uma cara de cachorro abandonado enquanto a segurava. Ela foi cedendo, parou de apontar o dedo pra cara dele, até que fez uma cara de quem acabou de encontrar o cachorro. E terminaram num beijo desentupidor de pia. Ali, em plena avenida movimentada.

Isso, claro, me fez rir e rendeu um tempo de pensamento sobre. Incrível como é comum a mulher fazer o papel de quem se comove. Sexo frágil sim! Mesmo aquelas que se dizem mais duronas. É tudo fachada, balela da mais pura!
A gente sempre sofre mais. Se comove mais. Se doa mais. Sente mais. A gente se faz de durona na frente deles, mas chora rios no travesseiro. E a gente se comove sim com homem chorando, porque afinal é raro ver isso acontecer.
O fato é que os homens sempre dão uma contornada na situação, tal qual o cara da briga na rua. Eles sabem qual é o nosso único ponto fraco. Apelam sem piedade pro nosso sentimentalismo.
Por outro lado, são incrivelmente tapados pra certas coisas, por exemplo: Será que eles não vêem que mulher sempre conta tudo uma pra outra com todos os detalhes?? Ou, será que eles não percebem que a gente sempre se faz na frente deles pra conseguir o que quer? E será que eles não vêem que quando eles vêm com aquela trova pra cima da gente, a gente sabe que é tudo teatro, mas aceita mesmo assim porque afinal “foda-se, ele é bonitinho, vou pegar” ?...

Enfim, tenho a impressão de que a mulher vive mais intensamente o amor. E mulher apaixonada é bicho triste! A criatura emburrece mesmo! Deixa de fazer o que tem que fazer durante o dia porque fica idealizando encontros com o cara. Fica idealizando a hora do beijo e sexo, e em casos mais extremos já fica imaginando o casamento. Se eles brigam, liga bêbada dizendo que ama; liga até pra sogra se lamentando e pedindo ajuda. E a pior: chora em todo filme de comédia romântica.
Tenho uma amiga que sempre diz que se fizessem uma cachaça que viesse com um pinto junto, os problemas femininos estariam resolvidos. Tem dias que só concordo com ela.

Em contrapartida, eu acredito sim no amor, aquele amor careta, das antigas. Mas é tão complicado que eu não ouso entender. Nem quero. Não é coisa que se entenda, é coisa de se sentir. Relacionamentos são relativos, variam, depende de quem. É a tal da química, que ninguém sabe explicar direito. Uns falam que ouvem sininhos tocando, outros que vêem estrelinhas...

Mas tô pra dizer que, apesar de tudo, vale a pena aquele friozinho na barriga.
Triste de quem nunca se apaixonou!