Uns têm, outros não. Mas por quê? O que leva uns a ter maior habilidade? Maior perspicácia, maior capacidade para lidar com a coisa? Quero dizer, a coisa da vida, o cotidiano, a existência em si. O poder de se sair bem nas mais variadas situações.
Generalizadamente, temos mais dificuldades do que facilidades. Costumamos reconhecer – ainda que somente para nós mesmos – nossas fraquezas e anseios de sermos melhores e de errarmos menos. Nos decepcionamos ao cometer alguma falha, e usualmente prometemo-nos não tornar a repeti-la. Ou seja, desejamos evoluir. Logo, essa habilidade dá-se em cada indivíduo não porque este não racionaliza a necessidade de lidar com a coisa, mas sim porque ele simplesmente age. Ou seja, põe em prática tal necessidade de fazer melhor da próxima vez. E o faz.
Creio então que o feeling para a coisa seja uma virtude adquirida ao longo da vida; assim como creio que haja os que já nascem com habilidades privilegiadas.
Estes últimos são os incontestavelmente bons na coisa. São aqueles que chamam a atenção de todos para seus talentos diferenciados, desde criancinhas: o fantástico ator, a afinadíssima cantora, o gostosão que é o terror das menininhas.
Melhor ainda são os que acrescentam às suas capacidades naturais o conhecimento adquirido, o que na verdade acontece em grande proporção, já que, afinal, todos temos talentos. A diferença é que uns os desenvolvem, outros não.
Entretanto os primeiros, aqueles que adquirem o feeling em virtude do que vivenciam, também me chamam certa atenção. Mas só porque entra aí uma questão de superação, e de desejo de se dar bem naquilo. Este anseio por descobrir, aprender e explorar capacidades desconhecidas é quase que incansavelmente empolgante.
Talvez seja por isso que eu, que nem de longe fui a aluna nota dez em matemática, esteja cursando uma engenharia...